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Observador; Analítico; Crítico; Excêntrico; Seco; Molhado; Eloquênte; Adstringente.

Mamãe, eu quero ser dublado!

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Engraçado, a voz sempre me atraiu. Não sei exatamente o porquê e nem precisamente quando isso começou, mas posso arriscar o palpite de que a partir do momento que, bem ou mal, me entendi por gente, a voz se me exerceu certo fascínio.
Fosse a voz usada como instrumento musical; fosse ela usada como veículo de informação tão pura e simplesmente, através principalmente de radialistas; ou fosse na TV, por meio de apresentadores, propagandas, filmes e desenhos.
E aqui chegamos ao ponto chave: quando ainda criança eu ouvia essas vozes misteriosas, vívidas, saindo de criaturas em si mesmo inanimadas e, apesar de encantado, no fundo no fundo não engolia essa história de animais falantes, não.
Certamente não me recordo dos pormenores do meu raciocínio pueril àquela altura da vida, na mais tenra infância – aliás, como qualquer pessoa mais ou menos normal; e muito menos posso afirmar se de fato raciocinava ao pleno significado do termo, mas creio eu que poderia esboçar uma inquieta indagação muito aproximada do que transcrevo abaixo:
— Ué… as galinhas do quintal  aqui de casa num falam; por que que essa aí tá falanu?! – e muito provavelmente me referia ao Frangolino…
E assim em diante.
Os anos foram-se passando e com eles aquela curiosidade ingênua de toda criança. Novos interesses foram surgindo e por um bom tempo aquelas vozes que tanto me intrigavam, já não me impressionariam tanto assim, afinal, começo desde então a me impressionar com as meninas… fossem na figura das gurias serelepes e lépidas da  minha vizinhança, fossem as falantes e travessas coleguinhas de escola, ou fossem as priminhas que lá vez ou outra estavam por perto.
Enfim, para não desviar muito do assunto, devo resumir dizendo que, distrações a parte (que serão tratadas em postagens posteriores), uma vez mais aquele fascínio pela voz viria à tona quando então comecei a ver o anime Cavaleiros do Zodíaco, que foi transmitido pela extinta TV Manchete.
Ah, tirante o desenho em si, como eu adorava ouvir aqueles personagens falarem, e as vozes que mais me impressionavam eram estranhamente – ou nem tão estranhamente assim, afinal de fato eram as vozes mais marcantes – a dos vilões; sempre imponentes, firmes, altivas, com timbres bastante distintos das vozes cotidianas, inesquecíveis!
Bastou alguns episódios, e as minhas tardes já não anoiteceriam tão bem assim caso deixasse de ver o episódio que lhe era correspondente.
Mas – e isso é uma postura muito pessoal – já na quarta temporada o desenho começou a ficar insuportavelmente maçante, e já não haveria voz, comum ou singular, que me convencesse do contrário.
Mais tarde viria o anime Yu Yu Hakusho. Ah, uma delícia de história, personagens marcantes, um humor que os “Cavaleiros do Dramalhão” jamais conheceriam, e sim, o ponto alto, a dublagem carioca, que é sem sombra de dúvidas a melhor do Brasil e, me atrevo a dizer sem medo de errar: das melhores que o mundo da dublagem já experimentou!
Vozes como a do incrível dublador, Marco Ribeiro, que dava voz ao protagonista do anime, Yusuke Urameshi; que cativava com sua personalidade forte e grande senso de humor. Do dublador José Luiz Barbeito, que fazia o engraçadíssimo e estúpido, Kazuma Kuwabara. De Christiano Torreão, a voz do antipático e mal humorado Hiei, por isso mesmo estranhamente tão benquisto. De Peterson Adriano, a voz do também hilário, Koenma. Da saudosa Nelly Amaral, a voz da inesquecível e nada frágil, Mestra Genkai. Da Miriam Ficher, na deliciosa voz da simpática e atrapalhada, Botan. Da Carla Pompillo, que deu muita vida à atrevida e arrojada, Shizuru Kuwabara. Da Gabriela Bicalho, na voz da doce e meiga, Yukina. Do Márcio Simões, na voz do vilão mais engraçado e cativante que já tive a oportunidade de ver, o bêbado Tiyu. Do Manolo Rey, fazendo pelo contrário um vilão sádico e desalmado, Lando; além de outro, o presunçoso e patético “joker do mundo das trevas”, Gamma. Do Jorge Lucas, voz de outro queridíssimo vilão, o senhor dos ventos, Jin. Do Marco Antônio, na voz do poderoso e impassível, Yomi. Dos todo poderosos, Luís Feier Motta e Márcio Seixas, que puseram voz no terrível Toguro. E muitos e muitos outros, não menos dignos de crédito e que merecem todo destaque, mas cujos nomes me fogem à memória e que, por serem tão numerosos talentos, tornariam essa lista demasiado extensa.
Por mais que pareça que o foco esteja sobre os referidos animes, eles apenas serviram como o estopim que faltava para que essa curiosidade viesse à tona, agora como uma grande admiração por esse interessantíssimo trabalho.
Dos meus dubladores favoritos, que não estão na lista acima, destaco Guilherme Briggs e Alexandre Moreno, que de tão incríveis e versáteis dispensam qualquer comentário; assim como Marco Ribeiro, Márcio Simões, Nelson Machado, Marcelo Gastaldi, Hélio Ribeiro, Mário Jorge, Reginaldo Primo, Newton da Matta (falecido), que são simplesmente sensacionais! – lembro que gosto não se discute, quanto mais o gosto por indiscutíveis talentos como esses.
Enfim, enfim… ouvindo esse caras e sentindo a vida que dão aos personagens que dublam – muitas vezes bem mais até que a voz original do personagem ou mesmo dos atores reinterpretados –, penso que lograria bastante em ter as minhas falas dubladas por suas vozes. Fosse qualquer um desses dez bubladores, especialmente, de certo que cada frase minha seria uma nova frase de efeito; teria sempre um maior impacto, pois daria nova vida ao texto falado. Uma vez que por mais que a palavra em si tenha lá sua carga emocional, a sua, assim digamos, bagagem de interpretações, é preciso o “jeito” para que elas assumam a devida forma a que se propõem quando acaso são expressas verbalmente. E é aí que entram esses talentos natos da interpretação vocal, que sempre me causaram sincera e espontânea admiração.
Esse post foi feito para expressar, assim como sinto muito particularmente, essa admiração pela voz e muito especialmente pelo fantástico trabalho dos dubladores.
Por isso digo e repito, como moleque esperneante: Mamãe, eu quero ser dublado!

>Ficha Limpa vira Ficha Lenta

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Mais moroso q tartaruga é jabuti. Mais vagaroso q Legislativo é Judiciário. Ficha Limpa vira Ficha Lenta”.@depChicoAlencar
É com tristeza que transcrevo esse tweet – pleno de um amargo sarcasmo – do deputado Chico Alencar, que assim como eu e muitas pessoas conscientes da importância do evento, acompanhava com expectativa a votação sobre a vigência da Lei Complementar nº 135, a Ficha Limpa.
Mais de onze horas de julgamento, horas estas que se arrastavam em meio a extensos e enfadonhos discursos, por vezes desnecessários, quando não, até mesmo fora de lugar; horas mornas e sonolentas, que levaram os impacientes ou os “dorminhocos” a seguirem, entre uma pausa e outra das deliberações, esvaziando as cadeiras do plenário do STF.
Com a casa desfalcada por um ministro, o ex-ministro Eros Grau, que se aposentou à 2 de agosto deste ano, às vésperas de completar 70 anos, sobraram então dez ministros, que com suas posições predefinidas desde às vésperas do julgamento já preludiavam que um impasse seria algo de muito provável. E assim, deu-se como o previsto, a casa dividida ao meio tendo 5 votos contrários, contra outros 5 à favor da aplicação da Ficha Limpa nessas eleições – tendo também o julgamento do recurso encaminhado por Joaquim Roriz (PSC), em apelação às decisões do TRE-DF e do TSE em barrar a sua candidatura ao governo do Distrito Federal.
O seu caso, em sendo indeferido, seria usado como modelo e precedente para outros casos de inegibilidade previstos na Lei da Ficha Limpa.
Destaco a inflexibilidade altiva e zombeteira do ministro Gilmar Mendes e o aparente cinismo e descaso demonstrado pelo atual presidente da casa, o ministro Cezar Peluso, que entre uns e outros argumentos – evidentemente expressos de muito má vontade – deixava escapar um sorriso desdenhoso de canto de boca.
O ministro Celso de Mello, que iniciara suas considerações de um modo muito lúcido e bem pautado, parecia ceder aquiescendo ao bom senso e à vontade da população brasileira, mas como as aparências quase sempre acabam por nos enganar, a primeira impressão deixada por suas palavras também acabaram por não fugir à regra. Tão logo ele exaltaria de todo as colocações de Gilmar Mendes.
A novidade viria então pelo voto da ministra Ellen Gracie, cuja resolução era até então incerta. Ela decide em favor da Ficha Limpa e, por tabela, contra o recurso de Roriz.
Agora surge outro impasse: como se definiria o critério de desempate, uma vez que pendia sobre o julgamento o Voto de Minerva?
Para aqueles aos quais, do evento, apenas interessava o debate exaltado e o embate de egos, talvez lhes restasse tão somente o arrependimento por não terem tido a oportunidade de presenciar ao vivo e a cores o momento mais caloroso de todo o julgamento; que já se estendia por mais de 10h, tirante as demais horas do dia anterior, quando então lhe foi feito o pedido de Vistas pelo ministro Peluso.
Afinal, como se daria o desfecho desse tardio impasse? Aguardariam a nomeação do ministro em desfalque? Por sugestão que partiu do ministro Ayres Britto, entregariam a decisão ao órgão imediatamente competente, isto é, o TSE? – coisa essa um tanto quanto silenciosamente sugerida pelo deputado Chico Alencar por meio do Twitter; disse ele: Melhor critério de desempate é a decisão da outra Corte máxima, específica/política e eleitoral: o TSE. – o que eu concordo, não porque saiba adiantadamente do voto favorável à aplicação da lei, mas por ser algo razoável.
Ou ainda, como de praxe, caberia a decisão à presidência da Corte; cujo voto contrário à vontade popular – sob o pretexto de zelar pela plena observância da carta constitucional – era uma posição que não fazia a mínima cerimônia em revelar?
Esta, figurada na pessoa de Cezar Peluso, sugere que se faça nova votação pelo desempate. Diante dessa possibilidade, o ministro Ayres Britto questiona Peluso, dizendo: E se houver novo empate, Vossa Excelência pretende desempatar?
Nem uma coisa nem outra, e nem nada de nada. Após tantas horas de acirrado embate, o STF decide suspender o julgamento, e junto com ele a proclamação do resultado do recurso encaminhado por Roriz e sem manifestar uma decisão final sobre a aplicação da Ficha Limpa nas eleições de outubro.
E assim o STF por um momento – que espero seja bastante breve – se fez o Superior Tribunal Fementido.
Joaquim Roriz, diante do risco que implicaria a possível aprovação da Lei, decide retirar o recurso e tirar o corpo fora; mas, em contrapartida, não tira o seu time de campo. A exemplo do que fizera um candidato a prefeito de Peruíbe, que indicou a filha 2 dias antes da eleição, a qual foi eleita; lançará a sua mulher, Weslian Roriz, que também é filiada ao PSC, no seu lugar. Uma manobra patriarcalista muito semelhante ao que Lula vem fazendo em relação à candidatura de Dilma Rousseff à presidência da república.
Após decidirem ainda em plenário que então tornariam a retomar o julgamento na segunda próxima, o STF adiou, mais uma vez, a decisão sobre a Lei da Ficha Limpa para a quarta-feira (29); com o risco de ainda sofrer o arquivamento – coisa essa que evidentemente não passará sem desencadear uma revolta popular, por mais que passe despercebido aos olhos de muitos brasileiros; dos mesmos pobres idiotas que ainda têm a coragem ou a demência de dar seu voto pra um Roriz, uma Sarney, um Collor, um Maluf, um Picciani, um Garotinho, uma “Dilma da Silva” ou um Serra “PSDB-FHC’ista”, e mesmo pra tantos e tantos outros “Tiriricas” da vida no cenário político nacional.
É absolutamente inadmissível que após o decorrer de aproximadamente um ano e meio, como fruto de um trabalho árduo de divulgação da campanha e coleta de assinaturas em todo o país, para que finalmente se recolhessem as 1,3 milhão de assinaturas (configurando mais de 1% do eleitorado brasileiro) necessárias à elevação de um simples abaixo assinado a um projeto de lei de iniciativa popular; por fim aprovado no Plenário da Câmara dos Deputados por 412 votos a favor e 3 abstenções, e por unanimidade na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado Federal; a devidamente sancionada Lei Complementar, Ficha Limpa, tão simplesmente passe ao acaso como mais uma página em branco em meio a centenas de processos arquivados!
Doutro modo sofreria matricídio a nação brasileira, representada por cada cidadão responsável pela existência de lei tão necessária para nós todos, indistintamente.
A Justiça, que trás os olhos vendados às distinções humanas de credo, cor, raça ou status, não poderia de modo algum – em desviando o olhar do justo clamor popular – fazer vista grossa a procedimentos e condutas que vão contra as regras mais básicas do bom senso e da cidadania, e que são condenáveis até mesmo para o mais simplório (porém, honesto) dos brasileiros.
Acaso poderia a Justiça, que julga com parcimônia, sobrepor-se à Razão e ao bom senso?
Que a Ficha Limpa seja lenta, pelo menos até antes do pleito; e se após, que seja implacável de qualquer forma, cassando candidaturas desde já ilícitas! Que a Justiça tarde, mas não falhe!

>Tratadas como lixo e “subvivendo” do lixo

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Quebrando por um momento o tom sempre bem humorado das postagens do blog, em mais grave tom me sinto como que obrigado a falar sobre um assunto nada agradável e ainda menos engraçado.
Há poucos dias atrás li uma notícia que me deixou indignado, não como fosse alguma espantosa exceção que fugisse ao que, lá e cá, ainda é bastante comum, mas por isso mesmo se fez ainda maior a minha indignação; e eis o que dizia a nota:
“Ministério Público do Trabalho de Alagoas flagrou 40 trabalhadores submetidos à situação degradante e análoga à escravidão em um galpão onde é feita a seleção de lixo plástico para reciclagem em Arapiraca (122 km de Maceió). Os trabalhadores, em sua maioria mulheres, separavam materiais plásticos sem equipamento de proteção individual como luvas, botas ou máscaras.
“Uma das trabalhadoras apresentava um corte profundo em uma das mãos, o que eles relataram ser bastante comum. Outras tinham germes e sujeira na pele. As instalações sanitárias eram inadequadas e sujas e o cheiro no galpão, insuportável. Os trabalhadores não tinham carteira assinada nem direito a férias ou a 13º. O pagamento era feito por produção. A empresa pagava R$ 0,20 por quilo de material plástico recolhido, sendo que a remuneração nem sempre atingia um salário mínimo”.
É inadmissível deparar-se com notícias como essas ainda hoje. Pessoas sendo tratadas como lixo, “subvivendo” do lixo e, algumas vezes até mesmo, vivendo no lixo!
Na hora presente, em pleno século XXI, em meio a tanta modernidade e discussões sobre humanismo, ver-se seres humanos, como ratos imundos, sendo obrigados a encontrar no lixo – muito diferentemente de um trabalho digno de reciclagem – o seu ganha pão tão suado e sangrado; um pão que na verdade é resto alimentar de outras pessoas, que é o lixo que elas não querem e que jamais quereriam para si; pão que em geral serve a alimentar os animais carniceiros!
Afora todas as teorias de ergonomia, segurança e bem estar no trabalho e aparte de qualquer lei trabalhista, essas pessoas então, enquanto remexem no lixo, sacodem como a poeira dos tempos e são coercivamente regredidas à era medieval, sob um sistema feudal de trabalho; este, subumano.
Após a constatação do crime, a Procuradoria do Trabalho entrou com uma ação contra a Fábrica de Artefatos de Plásticos Imprima Ltda. e a Imprima Gráfica e Editora Ltda., do grupo empresarial responsável pela contratação dos trabalhadores, com pedido de bloqueio e indisponibilidade dos bens das empresas e de seus sócios, no valor de R$ 500 mil. O dinheiro deverá ser usado para eventualmente pagar indenizações por danos morais coletivos e nas rescisões trabalhistas.
A história teve ao menos um fim esperado, mas certamente não há nada que pague ou apague os efeitos adversos das agressões física e moral sofridas.

>O Monólogo do Silêncio

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Não sei se a grave e severa doença que se me acomete também acaso acometa ao leitor. Mas o caso é que muito provavelmente – não fosse o santo registro pela escrita – eu logo esqueceria o que ainda estou para dizer. E como tema já não lembrar o que estou prestes a escrever, escrevo o mais que posso e o quanto antes!
Já ocorreu com vocês o que ocorre com muitas pessoas – e ao que parece, comigo muito especialmente – aquele lapso momentâneo de memória vulgarmente conhecido como o “dar branco”?!
Pois bem, comigo isso é uma constante. E por ser algo assim tão corriqueiro e quase que como um traço marcante de minha personalidade mesma, eu o entendo como uma doença, a qual tomei a liberdade de denominar como “deubraquismo severo” ou “mesquecice aguda”.
Por exemplo, agora mesmo enquanto escrevo, subitamente não emendo uma coisa com outra e nem outra com uma, e se acaso não dou por mim e me pego no pulo de meus próprios pensamentos, acabo por confundir embaraçosamente “lé” com “cré”.
É uma incômoda e irritante espécie de gagueira mental, onde novas e diversas resoluções se agrupam aos montes enquanto aquela primeira, idéia fixa e inflexível, serve como que a desencaminhar e/ou congestionar todo o tráfego daquelas mesmas dúzias e dúzias de pensamentos, a um só tempo vagos e bem definidos. E assim tornam um simples ponderar numa via intransitável de idéias confusas e intrincadas em si mesmas; num turvo e crespo mar de resoluções diversas e algumas vezes até mesmo divergentes.
É uma tortura, é uma aflição, é uma angústia desmesurada, gente!!! Vocês não têm noção!
Os pensamentos se me escapam à mente, e por assim dizer, como que correm de um lado a outro dos hemisférios cerebrais. E nesses lapsos momentâneos de memória, que podem ser tanto subjetivos como funcionais, ou seja, podendo ocorrer tanto no bloqueio temporário de lembranças ainda vívidas, quanto levando à incerteza sobre a execução de uma tarefa qualquer.
Fora aquela constante e intrigante sensação de “esqueci alguma coisa num sei onde”; por vezes quero falar o que tenho absoluta certeza do que vou dizer e, no entanto nada digo, calo. E então, entre uma colocação e outra acabo por ficar completamente deslocado; e entre uma frase e outra se segue uma longa e desconcertante reticências… como fosse o Monólogo do Silêncio:
— Então, sabe aquele… é… intão… com’é memu?! o… a… hein? aquela parada?! aquele negóço, porra?! Aquele troço, carái! Não, não, aquela budega! Me ajuda aí, gente!!!
Por fim acabo por percorrer mentalmente todas as palavras já lidas no Aurélio, com exceção daquela que realmente me interessa a finalizar a frase iniciada. É um horror! E, pode-se dizer por analogia, em termos de sensação, que é como sonhar cair num abismo; só que para dentro de si mesmo, naquele imenso vazio formado pela lacuna que separa a minha mente do meu corpo. Mas, não, o pescoço continua lá, firme e forte, sustentando uma cabeça brevemente inutilizada!
Por vezes saio a executar determinada tarefa, certo da resolução inicial que me levaria a tal consecução do fim preliminarmente proposto, mas antes que possa ligar o início ao bendito fim, dá-se um ‘não sei quê’ do que fazer e então giro de um lado para o outro como uma barata tonta, enquanto que como um cão que corre atrás do próprio rabo o cérebro dá voltas a esmo:
— Per’aí, que qu’eu vim fazê aqui memu?! …dexa vê… hum, não… Porra, afinal o que qu’eu tô fazendo aqui?!!!
Baixa uma coisa, um troço, sei lá, um encosto” desmemoriado e eu não consigo me lembrar de absolutamente nada!
Não, eu não sei; e quase sempre acabo por desconhecer os motivos de minhas próprias ações. A idéia parece como que exibir-se e ocultar-se como o lusco-fusco de uma chama tremeluzente; e entre um clarão vivaz e uma completa escuridão, eu simplesmente tateio nas vultosas sombras do âmago do meu eu mais profundo…
E aqui – caso não corresse o risco de parecer um comentário racista –, o “dar branco” poderia ser substituído pelo “dar preto”; protagonizado pela figura da entidade que lhe fosse mais correspondente, afinal unir-se-iam as cores atribuídas ao lapso de memória ao Mal de Alzheimer que se segue à avançada idade da referida entidade:
Mas, para sermos politicamente corretos, usemos a expressão: “deu breakout”, ou ainda, “Black or White”.
Isso é irracional, é ilógico, é estranhamente assustador!
Mas o que a ciência explicava como um reflexo de uma oxigenação cerebral insuficiente, agora atribui ao stress, como um distúrbio resultante da ansiedade momentânea. O que se daria do seguinte modo:
Quanto mais alguém fica nervoso sobre sua própria performance em resolver algum problema, fixa-se em si mesmo tentando não cometer nenhum erro e, assim, tende a perder o controle sobre suas habilidades previamente construídas. O cérebro tenta resolver todos os pormenores, que normalmente são automatizados, e isso gera uma sobrecarga no processamento da informação, consumindo mais oxigênio e energia e gerando cada vez menos resultados. No ápice disso tudo é possível que o cérebro abandone algumas tarefas – mais custosas em termos energéticos – para não comprometer outras (manter o equilíbrio corporal, por exemplo). E num piscar de olhos a pessoa esquece tudo relativo ao problema que estava tentando resolver e dá-se “o branco”.
Após estudos, psicólogos da University of Western Australia, chegaram à conclusão de que é possível que uma pessoa evite o branco mental e melhore a resolução de problemas através de técnicas de controle da ansiedade; pensando, por exemplo, em palavras com sentidos amplos (uma cor, digamos), em mantras ou músicas em geral, que são pensamentos vagos e genéricos, que podem aliviar os processos que estão ocupando regiões determinadas do cérebro, ajudando-o a não se concentrar em um objeto ou momento específico, deixando o pensamento fluir naturalmente.
Ou seja, para concluir, posso dizer que no meu caso específico, pelo menos – que mereceria um estudo à parte –, devo usar um culler enorme embutido no meu crânio, feito aquele pirocóptero acoplado à cabeça do Inspetor Bugiganga; ouvir ininterruptamente músicas do tipo Solaris ou canções eruditas, de preferência Cantatas Barrocas; tudo isso enquanto entôo mental e continuamente o seguinte mantra: Tu Sabi Ki Sabi! Tu Sabi Ki Sabi! Tu Sabi Ki Sabi! Tu Sabi Ki Sabi! Tu Sabi Ki Sabi! Tu Sabi Ki Sabi! Tu Sabi Ki Sabi!…
… Cacet, Tu Sabi Ki Sabi!!!
O que eu estava dizendo mesmo?!

>E o povo na merda do Lula

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Hoje, por uma grata ou infeliz ironia do destino, me deparei com uma notícia a um só tempo revoltante e sadicamente cômica; e a graça fica por conta da associação entre um comentário infeliz e a realidade em que vive o povo brasileiro de fato. E assim ri, embora não me sentindo muito a vontade por acabar de certa forma rindo do que na verdade é uma grande infelicidade para todos nós, e muito especialmente é claro pra quem viveu – e literalmente falando – na pele o referido infortúnio.
Mas antes de tudo, façamos uma breve consideração preliminar.
O Brasil, na hora presente – segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU) , ocupa a 61ª posição no ranking mundial em saneamento BÁSICO – que fique bem clara a ênfase de que se trata de um serviço básico; querendo isso dizer que, aliado à saúde e alimentação, o saneamento é essencial para as bases de uma sociedade verdadeiramente sadia e civilizada.
E o que já seria por si só uma notícia vergonhosa, já foi ainda pior, uma vez que em 2006, o país estava mais seis posições para trás nesse mesmo ranking. E isso ainda piora quando então constatamos que, de acordo com os mesmos dados, entre 1990 e 2004, o Brasil recuou quase 20 posições no ranking mundial de acesso a saneamento. Enquanto em 1990 o Brasil era o 48º país em acesso a saneamento – entre 177 países avaliados –, em 2004 figurava então na 67ª posição.
Estudos realizados entre 2006 e 2007 pelo Instituto Trata Brasil em parceria com a FGV – Fundação Getúlio Vargas, mostraram um tímido aumento de aproximadamente apenas 5% em relação ao acesso dos brasileiros à coleta de esgoto. O que não representa absolutamente nada diante de números que apontam um déficit de 50,56% para o serviço em todo o país!
Para a universalização da coleta de esgoto, estima-se que seriam necessários cerca de R$200 bilhões. Atualmente, a verba do PAC destinada ao setor não chega aos R$10 bilhões por ano, portanto, com esse ritmo de investimentos, somente daqui a vinte anos o saneamento básico deixaria de ser um problema para o país.
O presidente do Trata Brasil, Raul Pinho, entende que uma das maneiras de diminuir esse tempo e acelerar a agenda do setor é apostar nas PPP’s – Parcerias Público-Privadas. “Vinte anos é muito tempo, são cinco PAC’s, são cinco governos”, diz.
Pronto. Estatísticas a parte, tratemos agora da piada sem graça da desgraça alheia:
Em discurso no qual enaltecia os avanços do saneamento básico em seu governo, como fruto do PAC, Lula – que quase já não o diz – disse mais uma de suas inúmeras “fezes” – sejamos politicamente corretos. O que vem bem a calhar quando o assunto em questão é a falta de acesso a um serviço digno de coleta de esgoto. Eu diria algo sobre, mas deixarei que o próprio o diga:
Pois bem, como um evidente mau resultado de mais um desses planos emergenciais que servem antes como excelentes vitrines de obras público-politiqueiras e de uma grande e ironicamente lícita compra de votos em massa, lemos então a fatídica notícia:
Caixa de saneamento explode e inunda casas no Alto da Boa Vista
Instalação seria em obra do PAC na Zona Norte.
“Moradores das comunidades Tijuaçu e Mata Machado tiveram suas casas invadidas por esgoto na madrugada deste sábado (18). O acidente teria acontecido depois de uma das duas caixas de tratamento de esgoto de uma obra do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) ter explodido. O impacto derrubou muros de algumas casas.
“Segundo os moradores, a obra foi inaugurada há três meses”.
Fonte: G1 – http://migre.me/1lnD8
Sim, Sr. Luiz Inácio Lula da Silva, o povo brasileiro já há muito está, aliás, jaz na merda! E como não bastasse a precariedade quase medieval dos serviços públicos, beirando mesmo o subumano em muitos casos, o povo que até então “tão somente” jazia na merda, agora deita, rola, chafurda na mesma! E como ao que tudo indica não fora suficiente o apenas jogar tanta merda no ventilador, parece bem mais interessante ao parecer desse modelo de governo ultrapassado e fementido levar ao povo brasileiro uma enxurrada, uma quase Tsunami de titica, de caca, de cocô!!!
Mas ainda assim o povo brasileiro continua “batendo palma pra maluco dançar”, e evidentemente que em um “Singin’ in the shit”…
Estamos mesmo na merda… a tal ponto de termos de concordar com FHC em lavar o povo brasileiro à creolina!
Mas antes lavemos as cadeiras ocupadas por estes imundos representantes, e desinfetemos de uma vez por todas a nossa nação em um asseio tal que abarque limpar de todo as bases e os alcances dos Três Poderes, um tanto quanto débeis.
O referido programa, coerentemente deveria denominar-se Programa de Simulação do Crescimento Retardado, mas deste modo talvez não soasse bem aos ouvidos “sempre atentos” das massas, uma vez que a sigla poderia não pegar assim tão facilmente, caindo na boca do povo…
Antes que o esgoto inundasse suas casas, os moradores daquelas comunidades relataram que por volta das 4h teriam sido despertados de súbito por um forte estrondo, no momento em que a caixa de tratamento de esgoto, que tem aproximadamente 8m de altura, se rompeu. Será que podemos dizer que a onomatopéia mais apropriada ao ruído produzido pelo “desagradável e mal cheiroso” evento fosse algo como um grandioso PAC?!
Segundo a reportagem ninguém da assessoria do PAC foi encontrado para falar do assunto. Até aqui nada que cause alguma surpresa, afinal de contas o primeiro instinto de quem faz alguma merda é o de ausentar-se o mais que pode e o de reservar-se ao silêncio antes que ela feda… Se isso ocorre mesmo em seu estado gasoso, quanto mais se daria com uma diarréia de proporções catastróficas e com um nível fluviométrico – até onde se sabe – sem precedentes!

>Rasgos de infância na puerícia da maturidade

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Ah… a infância! Pra quem teve infância a nostalgia é inevitável, e pra quem não a teve, faz-se saudoso de sua ausência.
Eu, caso não fosse fisicamente impossível, quereria já com os meus vinte e tantos anos adentrar as entranhas da minha mãe como que num parto às avessas; e ao momento de dar-se a luz, já em seu ventre fruiria de doce e cômoda treva! – bonito isso… e profundo também!
Ninguém pra me suspender pelos pequeninos pés; ninguém me espancando o traseiro; nenhuma luz intensa e ofuscante a me ferir as vistas virgens como a traspassar minhas íris sensíveis seguindo violentamente em direção aos ainda cartilaginosos ossos da minha frágil nuca, espargindo feixes incandescentes às frestas da fontanela!
… Ah, nada de gritos, choros, lágrimas! Apenas silêncio e paz…
Ali ou lá, sim, tudo é leve e lúdico; tudo é encanto e fantasia. A um só tempo tudo é crível e incrível!
De Papai Noel ao bicho papão; da fada dos dentes ao velho do saco; da caipora ao saci; da fada madrinha ao demagogo padrinho; do coelhinho da páscoa aos gatunos salteadores; do gênio da lâmpada ao “bom político”; do anjinho da guarda ao guarda miliciano; do Deus pai ao Pai do diabo…
E quantos bons momentos que vivemos em tantas brincadeiras, boas e velhas brincadeiras que já não se vêem mais. Brincadeiras ingênuas e sadias, tais como: pimba-deixa, ‘eu bato, todo mundo bate’, pique esconde, salada mista, médico e paciente, papai e mamãe… Além evidentemente daquelas mais tradicionais, que realizávamos às vistas dos adultos, como: futebol com bola de meia, bola de gude, pião, bilboquê, corrida de chapinhas, rolimã, patins, skate, coleção de figurinhas, “aonde está o Wally?”, lango-lango, pogobol, fliperama, polícia e ladrão, herói, soldadinho de chumbo, carrinho, boneca, Ken e Barbie…
A infância é pura e casta até na sua malícia!
Ah, anos 80’s e suas músicas inesquecíveis! Em sua ingênua presunção inovadora se fez tão autêntica e marcante como uma personalidade forte. Seu excesso de cores e a total ausência do senso de ridículo! Tudo belo, tudo novo, tudo bacana, bacanérrimo, escalafobético!
Sei que muita dessa bizarria foi herdada à década anterior, mas como não vivi os anos 70’s não posso suspirar sobre os seus anais… no entanto a sua música varou os anos!
Tudo muda, e ao que parece pra pior… E como diria Rita Lee (em letra de Moacyr Franco): tudo vira bosta!
Por exemplo, hoje as crianças colecionam cápsulas de munição e disputam a vaga dos vilões quando brincam de polícia e traficante!
Garotos sonham desde meninos (eis a ironia) com o fatídico dia em que finalmente se tornarão “chefe de boca”; mas nesse tortuoso descaminho onde muitos são chamados, porém poucos os escolhidos, como “olheiros” ou “aviõezinhos” morrem ainda pirralhos! Aos bem-aventurados que porventura alcançam o êxito da maleficência, ainda sobram os parcos anos da adolescência, mas tão logo tombam à juventude.
As Barbies anoréxicas desfilam sua doentio magreza nas passarelas da mídia, difundindo sua dieta bulímica ao pão que o diabo amassou.
Já vi meninas de 5/6 anos produzidas e maquiadas aos sábios incentivos de suas mamães. Moleques e molecas compilam “ficantes” como há anos atrás colecionávamos figurinhas e trocam de parceiros assim como quem joga bafo! Por trás da pedofilia (terrível doença e crime hediondo) existe a teleiofilia reinante, onde infantes assediam sexualmente pessoas já maduras, ou nem tanto assim, ou seja, simplesmente bem mais velhas! E não muito raro se mostram bem mais experientes que os ditos experimentados…
Querem ser vadias profissionais, porém sem serem tachadas de ou como; mesmo que todos comam! E como ser a mais nova loira do Tchan tornou-se já bastante ultrapassado, querem exibir gratuitamente seus firmes e precoces traseirinhos – já não mais cultivados a palmadas – ao som do Créu ou do Rebolation.
Drogas, nem se fala. Seu uso é comum a todos os períodos citados e talvez seja uma das poucas coisas que não caíram em desuso. E seja lá em que estado físico se encontrem, líquido, sólido ou gasoso, continuam a atrair toda sorte de imbecis ao seu destrutivo consumo.
A música, o som, a trilha sonora que embala o momento – acreditem-me senhores –, é o Funk; este subproduto do subproduto do que um dia fora o Funky americano; que infelizmente ganhou o status de manifestação cultural, e o mais assombroso, aos incentivos de um projeto de lei de autoria do deputado Chico Alencar, um dos mais respeitados parlamentares que temos! E não falo de Claudinho e Bochecha ou algo do tipo, mas de Tati Quebra-Barraco e coisa parecida, cuja filosofia de vida é “gosto é igual a cú, cada um tem o seu”…
Que fosse reconhecido como manifestação popular, mas como a mais pura e legítima manifestação da incultura do povo brasileiro; no que se faz mais notório em determinados estados.
Há quem deva estranhar a mudança de tom ao longo da postagem, mas saudosismos a parte, quem viveu dias melhores ou numa época mais salutar há também de convir que exatamente por tal motivo pode-se comparar ganhos, bem como perdas. Certamente que há anos atrás existiam tais problemas quais os atuais, e talvez o foco da postagem tenha se mantido apesar de que seu tom tenha mudado: no frescor da infância os momentos se mostram mais leves e suavizam-se as marcas do tempo. Afinal, tudo se perdoa à ignorância e à puerícia da infância.
Enfim, eu quero é ser criança! Não dessas do século XXI, mas daquelas crianças da minha infância. E com o perdão dos moderninhos e dos descolados contemporâneos, digo agora o que talvez não devesse dizer, mas que se dane: A atualidade é uma bela de uma bosta!
Com raras exceções, a ressalva dos tempos não ameniza o meu desejo de obter uma máquina do tempo com a qual pudesse viajar com rumo certo e sem escalas de volta pro futuro do pretérito; pro útero da minha mãe!
[Mais uma vez me excedo na extensão da postagem, mas por conveniência não poderia ser diferente].

>O Nazismo e suas várias facetas

>

Antes de mais nada, devo adverti-los de que todas as informações presentes na presente postagem são a mais legítima expressão da verdade e da realidade dos fatos. E como prova da minha sinceridade e inclinação à veracidade das coisas que doravante abordo, considerando-se o possível ou provável descrédito às minhas palavras, ajunto a esse breve relato imagens chocantes e estarrecedoras como provas cabais da veracidade do mesmo!
Todos nós sabemos o quanto o Nazismo causou em termos de destruição e desgraça; que a idéia central que inspirava as atrocidades de seus seguidores, sob a liderança insana de Hitler, era a crença infundada e absurda na superioridade racial teutônica (ariana). Por tal motivo então perseguiram e tiraram a vida de muitos que para os mesmos eram considerados pertencentes a uma “raça inferior”; os semitas ou daqueles que aparentavam suas características físicas, na figura principalmente de judeus, ciganos (cuja perseguição a ambos também era acrescida por motivos de intolerância religiosa), eslavos, e todo e qualquer indivíduo que pertencesse, segundo sua crença, às “minorias étnico-religiosas”; além de homossexuais.
Bom, considerações históricas à parte, acrescento uma experiência pessoal e direta com a babaquice que se segue à insanidade:
Por volta dos meus 16 anos de idade, conheci uma pessoa, que pateticamente influenciada por outra, e esta por sua vez ridiculamente influenciada por outrem, me fez o seguinte convite:
— Vãmu fazê um grupo Skinhead!

– disse eufórica.

Até aqui tudo bem, considerando-se a estupidez de nossa idade – apesar de que a referida pessoa fosse mais velha do que eu – e o meio metaleiro no qual estávamos inseridos. Embora nada sirva como desculpa para tamanha estupidez da sua parte.
Mas o caso, o ponto chave, é que quem me fez o convite idiota era uma pessoa – acreditem-me senhores – de pele negra! Nem parda, nem amarela, nem cabocla, nem mameluca, nem lusco-fusco, nem café com leite! Negra; claramente negra!!!
[E veja com que garbo e elegância se porta o infeliz ao exibir sua mais nova tatuagem, em uma pose altiva como que numa saudação à estupidez… é um completo idiota!]
Rebeldia sem causa ainda passa à adolescência, mas imbecilidades sem precedentes, pra mim, já era pedir um pouco demais… Além do mais – e talvez isso sirva à sua absolvição – se tratava na verdade do cúmulo da desinformação. E aqui se explica o ridículo do absurdo! É engraçado, mas é uma graça que nasce da desgraça; logo é tragicamente cômico. E o ridículo quase sempre deixa de ser motivo de riso e passa a ser o de tristeza.
Num primeiro momento – talvez inconscientemente o quisesse assim ouvir – pensei tê-la ouvido dizer “headbanger”, o que seria menos ridículo da sua parte e também menos constrangedor para mim. Mas, não! O que temia ouvir era justamente o que havia tido a tola audácia de dizer; e o inacreditável, por força, se fez crível!
Na ocasião me lembro de ter rido da sua cara e a chamado “idiota”, o que fez com que se aborrecesse comigo e em seguida cortasse relações. Por mais que isso pareça um pouco seco da minha parte, não me fez, como não faz, nenhuma falta…
[Aqui é o seguinte: vamos supor que esse rapaz quisesse homenagear este símbolo, a Suástica, que é provavelmente mais antigo que a própria história e que talvez preceda a outros símbolos afins.
Só que aqui há três “poréns”: O primeiro é que poucos leigos no assunto “simbologia hermética” irão saber das origens místicas da Suástica – deturpada pela ideologia nazista; eu mesmo até bem pouco tempo desconhecia esse fato. Segundo que, não bastasse o símbolo em si, que facilmente remete ao nazismo, e é exatamente como o usado pelos nazistas, ou seja, com um de seus braços apontando para cima, o camarada praticamente vestiu-se com a própria bandeira da Alemanha nazista em cores e em detalhes! E terceiro, como se já não bastassem os dois primeiros, o que já seria grande estupidez para um cara de pele clara, torna-se ainda mais estúpido e irracional pr’um indivíduo de pele negra!!!
Penso que em dias de chuva ele deva se vestir com uma bela capa branca com seu longo capuz em formato cônico, da infame grife Ku Klus Klan…]

>Uma fobia muito fóbica

>

Apesar de todos nós termos receios ou mesmo algum medo nessa vida de meu Deus, ao menos a neofobia nunca me acometeu. E apesar de estar de sobreaviso de que a curiosidade matou o gato, não me deixei deter por meus temores e matei uma das minhas muitas curiosidades.
Como não sou nada distinto, também não poderia ser muito diferente de ninguém, e assim também tenho lá as minhas fobias e manias; certamente maiores ou menores que as de alguém.
Nisso, pesquisando muito seria e profundamente os faustos conhecimentos da Wikipédia sobre as mais distintas fobias, me deparei – dentre outras muito bizarras – com uma em especial que me fez sentir um pouco de medo. Trata-se de uma fobia denominada “afobia”, e que se refere nada mais nada menos que ao medo de não ter fobias!
Sim, senhores, o medo de não ter medo!!!
Se você já achava ridículo uma pessoa ter medo de bichos, tais quais o medo de baratas, aranhas e, sei lá, lagartixas de parede; imagine você uma pessoa destemida, exceto pelo fato de que tema não ter temores!
Agora repito e completo, dentre todas as fobias bizarras e ilógicas com as quais me deparei, incluindo as minhas próprias, jamais imaginaria que existisse uma fobia tão absurda quanto essa!
Meu Deus, gente, alguém poderia me fazer o grato favor de sacudir um infeliz desses e lhe dizer aos berros: Porra, se você tem medo de não ter medo, pare de ter medo do único medo que te faz sentir medo, pois uma vez que sente medo de não ter o bendito medo, logo tem a fobia mais fóbica a que se tem notícia; a fobia por excelência!!!
Então devo dar as boas novas aos afóbicos – que em se levando o termo ao pé da letra, não sentiriam medo de nada – e lhes dizer:
 “Sim, alegrem-se e regozijem-se, pois vocês têm ao menos uma fobia!
Então, consolem-se e sintam-se honrados, pois o medo que se lhes acomete é talvez o mais absurdo e falto de lógica de todos os temores já observados nas infinidades do intelecto e do inconsciente humanos!”
É sem sombra de dúvidas um medo de dar inveja em muitos hipocondríacos por aí.

>O Twitter da vaca

>

A vida é mesmo cheia de altos e baixos; e não falo de estatura.
E por que digo isso; precisamente porque a história nos mostra que a Evolução humana – e nisso há controvérsias, não pela constatação histórica, mas no que diz respeito à evolução humana – se dá por uma sucessão indefinida de progressões e involuções. E, senhores, sinto informar que aparentemente uma grande parcela daqueles que integram a nossa espécie – e é relutante que admito a anomalia social ao gênero humano – tem regredido significativamente na hora presente no que diz respeito à consciência e ao bom senso.
Após a Idade Média, plena de barbárie e estupidez, vivemos o “obscurantismo” dos tempos modernos; onde a ignorância mais legítima (ingênua e desconhecedora de si mesma), substitui-se por um “interruptor moral”, pelo qual a capacidade de raciocínio e a lógica são ativados ou desligados ao seu bel prazer como num clic:
Um sujeito esboça o que se pode entender por um pensamento, e então “pondera” consigo mesmo: Acho isso idiota. Mas, pensando bem, fulano trás, cicrano faz e beltrano perfaz! Ora, se a vaca vai, por que o boi não iria atrás?!
E, aos que porventura se perguntaram, aqui se explica o título do post.
E assim – logicamente não com esta elaborada linha de raciocínio –, mas por vias mais simplórias, segue o mais novo fulaninho os passos do “fulano de tal”; que mais do que nunca vai se achar “o tal”.
 [Aqui temos um grande exemplo dos feitos que a estupidez é capaz de empreender. Não se sabe se por mórbida preguiça ou se por um extremo e tolo capricho, mas de certo que para a sorte do mundo não passa de uma estranha e feliz coincidência:
Ao menos três imbecis se juntam (o terceiro subentende-se pela mão que segura a garrafa, à direita da imagem) e decidem após entrarem em consenso: Ei! vamos todos experimentar o inexperimentável; desafiando as leis da física aos limites de nosso próprio corpo! E quem sabe assim, entre um gole e outro, entre umas e outras cervejas, não evitemos que morramos todos eletrocutados?! E tudo em nome da conveniência!!!
Pequeno detalhe, coisa pouca, besteira, bobagem… é um risco que se corre. Afinal, de antemão, nos precavemos do iminente perigo e tomamos todas as precauções possíveis e imagináveis!
Segundo um amigo meu – que espero em breve colabore neste blog – certamente mais bem informado do que eu, observou, que em se tratando de uma piscina, é quase certo que a água estivesse bastante clorada; o que aumentaria ainda mais a condutividade à corrente elétrica – vivendo e aprendendo; eu faltei a esta aula de química. E isso serve a reforçar a idéia de que estes intrépidos aventureiros levaram tudo isso em consideração quando decidiram levar sua empreitada a cabo: temos energia elétrica, temos nós as cobaias, uma piscina transbordante d’água… e deixa ver… ah, sim! Temos água quase que supercondutiva! – exagerações a parte.
Certamente que este pictórico quadro, quase mítico, daria uma ótima ou coerente campanha de marketing para a indústria de bebidas alcoólicas, e em especial a cervejeira! De certo que não seria lá muito rentável, mas sem sombra de dúvidas seria bastante didática…]
 Tudo isso me leva a concordar em gênero, número e grau com um autor contemporâneo francês, muito influente em seu tempo e ainda hoje; quando diz: “A nossa espécie é evidentemente defeituosa e, ao ouvir falar e ver agir a maioria dos homens, parece que não têm bastante razão para serem seriamente responsáveis”. Mas tudo que venho de dizer não passa de mera especulação e teoria; é só coisa da minha mente insana.
Para quem percorre estas primeiras linhas, em uma primeira análise parece que quem escreve essas coisas segue uma linha separatista. Bem, que seja! É um fato que não pertenço a esta classe de pessoas; e antes de tudo, os mesmos não me admitiriam entre os seus.
[Aqui outro interessante exemplo, só que agora a propaganda se aplica à indústria do entretenimento: Uma mulher – simpática até, apesar de besta – entretém seu público, que me arrisco a dizer quase convicto do acerto, que se trata de uma platéia bem numerosa. E levando-se em consideração que alguém um pouco mais inteligente ou ainda mais correto seria dizer, menos burro, faria algo totalmente diferente do que a mesma faz – e não quero dizer que se devesse fazer exatamente o inverso, isto é, abocando ridiculamente a cocarra do animal; mas sim, que poria a sua cabeça sobre a mandíbula do crocodilo, e não o contrário. Por mais desinformado que seja, quase todos já ouviram falar mesmo por alto que o crocodilo tem uma das mandíbulas mais poderosas do reino animal, mas apenas na mordida; em movimento inverso sua bocarra é praticamente inofensiva.
            E digo isso unicamente a fim de tentar – obviamente por uma tentativa frustrada – amenizar a situação da pobre; mas no fim das contas todas essas grandiosas invencionices não passam apenas de idéias de jerico. Logicamente o mais sensato a se fazer seria manter uma considerável distância da besta mitológica!
Mas quem pagaria hoje em dia pra ver uma mulher, por mais que franzina, fechar a boca do referido réptil? Logo, como a maior parcela da população mundial é ainda composta por católicos, a massa quer mesmo é assistir ao entretenimento dos deuses do Olimpo (nenhum erro até agora, afinal os deuses são a única coisa em comum entre gregos e troianos! Assimilados mais tarde à mitologia romana). E então bradam em uníssono, os fiéis espectadores do Coliseu: os cristãos aos leões! – embora a moça me pareça mais inclinada ao budismo. Assim sendo não se ameniza o seu caso, e muito pelo contrário só se agrava: não fosse “salva” pela besta fera que se lhe aboca a cabeça, então diriam todos, como ao coro da vulgar cristandade: a bruxa ao fogo!
Mas ainda assim não seria grande perda pr’um pescoço que já não sustem uma cabeça já faz algum tempo.

E assim vemos que além de incrivelmente irracional o ser humano é também terrivelmente sádico! Agora fico matutando cá com meus botões: se um fio de cabelo de suas negras madeixas orientais se desprende e caí, o que aconteceria acaso um crocodilo, e um com tamanha corpulência, espirrasse; ou mesmo se sentisse cócegas no céu da boca?] 

             No entanto devo admitir que já me ocorreu o desejo de ser mais um na multidão dos conformes e dos conformados. Sim, confesso; a idéia de ser um completo idiota me pareceu ser bastante atraente por um momento. A bem-aventurança de nada saber e de em quase tudo crer; como quem crê nas mais novas promessas políticas de velhos e bons demagogos, como os crentes do Evangelho de Judas Iscariotes; ou como quem crê em milagres e em milagres operados por fementidos fiéis, justificados todos por Simão, o charlatão, ou mesmo pela jumenta de Balaão!

E os exemplos da tolice humana são inumeráveis… e só me basta dizer que, em resumo, a ignorância me encheu os olhos; olhos estes, cansados de ver tantos absurdos. Quanto aos ouvidos, como lá e cá ainda nos resta, de todo e de resto, a boa música, preferi continuar ouvindo asneiras e a onipresente poluição sonora a ser surdo.
Sim, lá no fundo, e bem no fundo mesmo, os ignorantes são mais felizes! Por mais que os sábios e os presumidos se gabem do contrário. E assim, como ao gosto divino somente há sabor no frio ou no quente, ao morno resta à sobra. Logo, como não me presumo sábio e nem me julgo tolo de todo, optei pelo caminho que me pareceu mais largo e fácil; muito embora tal senda conduza ao inferno…
Sim, os ignorantes são felizes, ditosos e venturosos! E como testemunha e reforço ao que ora falo, eis o que diz alguém mais capaz que eu, mero mortal: “Porque na muita sabedoria há muito enfado; e o que aumenta em conhecimento, aumenta em dor”. Ora, quem diz? Senão o mais sábio dentre os homens, o próprio rei Salomão!
Do que há de se queixar e com o que há de se preocupar uma mente vazia, que nada pensa? Ingenuidade por inocência, como alternativa nos restaria a infância, caso esta não tivesse seu cabo à adolescência. Ah, bendita e maldita adolescência! É nela que, entre o ebulir dos hormônios e o aflorar do vigor físico e sexual, manifesta-se timidamente o gênio mais altaneiro como, em contrapartida, descaradamente a necedade mais vertiginosa.
Na verdade, se pararmos pra pensar, constataremos que os maiores prazeres da vida

– e me refiro única e estritamente a esta vida, a terrena; e que me perdoem ou me engulam os céticos – estão nas coisas mais banais, imbecis ou politicamente incorretas. A título de exemplo, e racionalmente falando, existe coisa mais nojenta e esteticamente ridícula do que o coito, vulgo ato sexual? Fora dos alcances de nossa natureza instintiva, tudo é patético e grotesco. Mas nosso lado animal, que há muito devorou o racional, adora e “ama muito tudo isso”; acha gostoso, lindo, fantástico e atraente! Isso “desperta em nós os instintos mais primitivos” – que o diga Roberto Jefferson; ou seria Bill Clinton…

Sendo assim, todo homo sapiens que se preze, por mais culto que seja, para fruir das alegrias dessa vida de ilusões e vãs efemeridades, deve ter ao menos um traço de loucura e estupidez; ao menos um desejo ou uma paixão; um credo ou uma esperança! Se o sábio vivesse só de razão, logo a vida lhe pareceria completamente insípida, insossa e desenxabida – com o perdão da redundância, é claro; e já não quereria mais viver.
O referido sábio bíblico, a exemplo de seu pai, o rei Davi, tinha nada mais nada menos que setecentas mulheres, princesas, e trezentas concubinas; e, como era esperado, suas mulheres lhe perverteram o coração…
Pra finalizar esta postagem de estréia, devo dizer que, no fim das contas, me dei conta de que a minha idéia tola de ser ignorante me pareceu tão estúpida que por um breve instante me dei por satisfeito: pronto, está feito; não fui feliz, mas ao menos me fiz de contente! De bobo alegre que sou, no fundo no fundo fui um grande idiota!
           [Aos leitores que acaso manifestem o duvidoso desejo de seguir acompanhando os post’s do blog, desde já digo que me esforçarei dentro do possível para publicar postagens menores que essa coisa enorme de grande!]


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